Vou escrever neste texto várias formas de acelerar o seu metabolismo. Tenho certeza que muita gente vai se interessar bastante por esse texto, afinal todo mundo acha que essa é uma ideia brilhante. Mas antes disso, seria interessante saber de algo essencial: você
sabia que quanto mais rápido está o seu metabolismo, mais rápido seu coração bate? E que quanto mais rápido seu coração bater, mais rápido você MORRERÁ? Sim, você logo pensará: “mas quando nos exercitamos, nossa frequência cardíaca não se acelera?” Isso é verdade, mas apenas durante a realização do esforço. Uma vez que a sua capacidade respiratória é melhorada com o treinamento, seu coração conseguirá cumprir o mesmo serviço batendo em um ritmo MENOR. Se observarmos a frequência cardíaca de atletas como a dos maratonistas, estes apresentam valores muito abaixo da média, pois seus corações são muito mais eficientes.
Exercícios de resistência como a musculação também aumentam a frequência cardíaca durante a sua realização, porém, ao propiciar o aumento da massa magra do indivíduo, também ocasionam um aumento do metabolismo basal. Sem surpresas, observamos que atletas fisiculturistas, especialmente aqueles que fazem uso de anabolizantes visando aumento de massa muscular, apresentam também maior incidência de doenças cardiovasculares. Por isso, a importância de se associar o exercício aeróbio para contrabalançar o efeito deletério na saúde cardiovascular induzido pelo exercício resistido. Em outras situações diversas, observamos a mesma lógica: em pacientes com insuficiência cardíaca, o uso de medicamentos betabloqueadores, que visam a redução da frequência cardíaca, está associado à redução de mortalidade. Pessoas com anemia, por exemplo, apresentam aceleração compensatória de seu ritmo cardíaco, pois o sangue está menos eficiente em sua função de transporte do oxigênio. Quando passamos por períodos de ansiedade, nervosismo ou qualquer outro tipo de estresse físico ou emocional, inclusive quando comemos demais, o que acontece com nossa frequência cardíaca? Acelera. Está começando a não gostar dessa história de metabolismo acelerado, não é? Pois bem, falemos agora sobre o tratamento da obesidade: como sabemos que não é fácil cumprir uma dieta para perder peso, muita gente tem apelado para os chamados termogênicos (cafeína, efedrina, chá verde, triiodotironina, Ma Huang, etc…). Como dependendo da dose, essas substâncias podem acelerar e muito o metabolismo, elas podem induzir perda de peso mesmo sem dieta. Mesmo medicamentos aprovados como a sibutramina, que aumentam a frequência cardíaca, podem aumentar a mortalidade se indicados em pacientes com doença cardiovascular prévia. Porém, como vimos no início do texto, ainda não é possível acelerar o metabolismo sem acelerar o coração ao mesmo tempo. Logo, já concluímos que esse tipo de estratégia não vai levar um bom resultado… Por fim, chegamos à discussão da moda: restringir calorias ou restringir carboidratos? Desde o famoso Dr. Atkins, milhões de pessoas se encantam com a história dos grandes vilões da humanidade, os malvados carboidratos. Mesmo sabendo que a perda de peso só é obtida se houver redução de calorias, seja a dieta baseada no controle de carboidratos ou no controle das próprias calorias, multidões ainda aderem a restrições desses “vilões” como se a obesidade não fosse uma doença relacionada à modificação da microbiota intestinal e à deterioração hipotalâmica induzida por gorduras saturadas. Logicamente, se restringimos o principal componente das dietas (segundo a OMS, 45-65% das calorias devem derivar de carboidratos), parece óbvio que haverá também redução de calorias e, por conseguinte, perda de peso. Porém, além de tirar o foco da abordagem médica da obesidade como doença e reduzir o problema a um mero “erro alimentar” (ou pior, a uma conspiração da indústria alimentícia), esse tipo de dieta tem levado a uma redução da ingestão de fibras alimentares (levando a aumento de eventos cardiovasculares), a criação de hábitos irreais e antissociais de alimentação, com dietas ricas em gorduras (aumentando ainda mais o estrago hipotalâmico) e proteínas (sobrecarregando rins), e de dificílimo seguimento no longo prazo. Cientistas como Eric Ravussin (que esteve recentemente no Brasil) associam a restrição de calorias a aumento da longevidade, enquanto estudos como o PURE e ARIC associam a redução de carboidratos ao aumento da mortalidade. Mas como a “seita dos low-carbers” alega: os dois principais benefícios da restrição de carboidratos são, primeiramente, que a fome diminui mais do que quando se restringem calorias (isso é comprovado). O segundo benefício é que essa dieta…acelera o metabolismo. Qual caminho você acha mais seguro?